sexta-feira, 28 de março de 2008

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A alquimia

Cânticos que ressonam na noite, como serpentes ondeantes de bravura; dossel de fina gaze transfiguram um solene ritual, deste poder. Rebeldes, mas heróicos foram sempre aqueles que, em virtude de estímulo, puderam entregar sem calcular. Quem usou dessa magia inigualável, é que foi; em seu princípio, venerável escudeiro ao som do louvável. Heróica redenção, do Alto Rei, que assumiu suas potências invisíveis, e ao querer perdurar, no possível, em seu castelo fez seu quartel. Horizontes perdidos, foram eles, que uniram sua dor, ao balancim de finas cascavéis que ressonam, e ao céu, configuram seu vir. Se o forte pedestal, ficou na cúpula, a tocha de sua fé o iluminará, encontrando a pedra e, a sua luz, enfrentando-se a ela prenderá. Quiseram escrutinar no profundo, e, desse misterioso escavar, puderam verter nas trevas, tirando do escuro a verdade.

(desconheço o autor)
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segunda-feira, 24 de março de 2008

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Refúgio




As multidões continuam... Desejam ser ouvidas... De tanto falar estão sem nada a dizer... Suas necessidades são muitas, o tempo está passando... Enfraquecidas por ausência de alimento debatem-se em si... As formas confusas refletem as vozes misturadas... Refugio-me na outra mente, enquanto espero as multidões calarem.
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sábado, 22 de março de 2008

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Subpersonalidades e seus compartimentos...




Quem sou hoje?
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domingo, 16 de março de 2008

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Auto de Si...





Hoje fiquei a me pintar...
As palavras suprimidas deram origem a forma...
perderam-se em meio a ventania!


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sexta-feira, 14 de março de 2008

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A Doutrina

A minha doutrina é esta: o que quer aprender a voar um dia, deve desde logo aprender a ter-se de pé a andar, a correr, a saltar, a trepar e a bailar: não se aprende a voar logo à primeira!
Com escadas de corda aprendi a escalar mais de uma janela; com pernas ágeis trepei a elevados mastros. Não me parecia pequena ventura encontrar-me no cimo dos altos mastros do conhecimento, oscilando como uma labaredazinha: uma luzinha tão só, mas um grande consolo, todavia, para as embarcações encalhadas e para os náufragos.
Cheguei à minha verdade por muitos caminhos e de muitas maneiras; não subi por uma escada só à altura donde os meus olhos olham ao longe.
E nunca perguntei o caminho sem me contrariar.
— Sempre fui contrário a isso, sempre preferi interrogar e submeter à prova os próprios caminhos.
Provando e interrogando foi assim que caminhei, e naturalmente é mister aprender também a responder a semelhantes perguntas.
Eis o meu gosto: não é um gosto bom nem mau; mas é o meu gosto, e não tenho que o ocultar nem que me envergonhar dele.
“Este é agora o meu caminho; onde está o vosso?” Era o que eu respondia aos que me perguntavam “o caminho”. Que o caminho... o caminho não existe”.





Assim falava Zaratustra - Nietzsche


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quinta-feira, 13 de março de 2008

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Psiquismo



Id - Ego - Supergo
(Não necessariamente nessa ordem)
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terça-feira, 11 de março de 2008

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Fragmentação



Existem momentos de fragmentação... Olho ao redor e tudo parece subdivir-se em minúsculas partículas... Não há sentimento, sensação ou consciência, apenas a percepção dos fragmentos.Vejo ruas, pessoas, condomínios... Pequenos pedaços de coisa nenhuma...
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segunda-feira, 10 de março de 2008

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Equilíbrio





Hoje uma amiga perguntou o que estava acontecendo com o mundo, porque as pessoas estavam se desequilibrando... Medicações... Tentativas de suicídio e por aí vai...
Qual resposta ela realmente buscava?Passados alguns minutos de conversa, estávamos rindo muito de uma situação “aparentemente” difícil. Fico imaginando o que é ser “normal”, se isso existe, assim como os motivos que levam uma pessoa a perder seu equilíbrio, e por equilíbrio entendo paz interior...
Sempre me vi em uma corda bamba... Ainda não sei se conseguirei chegar ao final sem cair... Mas e se eu cair... O que vai acontecer?

Não posso querer interpretar os fatos de forma superficial, sei bem o que acontece e sei melhor ainda o que eu não sei. Dentro do que acredito e nas bases em que conduzo minha vida, as palavras certo e errado, foram abolidas há muito tempo, sendo substituídas por entendimento e compreensão. Não posso julgar uma situação se não sei à qual finalidade se destina, não posso dizer isso é certo ou aquilo não é, se não conheceço o que motiva o outro a agir dessa ou daquela maneira. Nossas visões parciais, verdades pessoais, não nos capacitam para julgar seja lá quem for.

Volto a questão do equilíbrio, como conquistá-lo? Há pessoas que se sentem vivas através dos conflitos, sendo mártires, buscando relações difíceis... Ao tirarmos isso delas, o que sobra? Conseguiriam viver diferente? Conheço pessoas que reclamam o tempo todo de suas vidas... Tudo que gostariam é de um pouco de “paz interior” e, no entanto passam o tempo todo plantando tempestades... O que será que vão colher? Acho incrível, ainda que respeite, a existência de pessoas capazes de culpar alguém ou alguma coisa por não conseguirem alcançar seus objetivos... Será? Será que sempre há um culpado? Não creio nisso, somos construções de nós mesmos, se não dessa, os resultados de vidas passadas.

Também não sou adepta da caridade e não acho que um “deus” vá me salvar por ser uma alma boa. O que é ser uma alma boa? Até onde realmente podemos ajudar o outro? Será que o outro precisa de ajuda, ou de alguém que o ajude a se desculpar, por não ter conseguido, por ter “falhado”. O que significa falhar? Sob que perspectiva? Família... Sociedade? O que tem que dar certo? Quais são os parâmetros da comparação?Todas as respostas sempre me pareceram efêmeras demais.De que adianta ter e não Ser? O que realmente faz alguém feliz?Descobri depois de muito brigar comigo mesma e com o mundo (lá de casa e das redondezas) que a paz interior, o equilíbrio, está em agirmos de acordo com nossa real natureza, independentemente do que outros podem pensar... Esses outros possuem seus próprios conflitos... Eu mesma os tenho, e não são poucos, maiores ou piores, apenas o necessário para que possa continuar a me lapidar e me transformar... Tudo sempre é uma oportunidade de crescer e na maioria dos casos, as crises nos proporcionam passos mais largos na corda bamba da vida. Não que sejam os únicos... Acredito que a dor é sempre proporcional a quantidade de apego... A não aceitação de quem realmente somos é uma demonstração do quanto brigamos com o mundo, por não sermos o que “ele” espera de nós e por tentarmos sempre nos adequar a isso... Seria bem mais humano se simplesmente aceitássemos o outro e o mundo como realmente são...

Mas quem disse que somos humanos?


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quinta-feira, 6 de março de 2008

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Construindo a unidade...




Nas multidões falantes.

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segunda-feira, 3 de março de 2008

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Em algum lugar


Existe em algum lugar, ainda, um vazio, uma ausência, uma dor.Não sei onde, nem mesmo consigo tocar, mas sei que está... Em algum lugar existe a insatisfação... Que só o que não é pode sentir.Por quê?De todas as estradas o tanto que andei... Sempre terá mais e mais e mais... Acima e acima. O que espreita nesse momento? O que em mim quer vida? Agora... Logo agora!
Pronto, tudo resolvido!
Revisto-me da coragem que cavalgo em meu Ser.
Que venha... Ao final será mais um degrau da eterna escalada.Não posso temer a mim!
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sábado, 1 de março de 2008

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Vozes




Hoje parece que as vozes acordaram comigo.
Multidões querendo ser ouvidas ao mesmo tempo, mas poucas com algo importante a dizer. Em minha outra mente pensava como agir, como faria para silenciá-las, e foi então que resolvi escrever.Falar de coisas, pessoas, quem sabe isso as acalmem, as modifiquem?Não custava tentar... Agora estão mais tranqüilas...
Talvez essas vozes sejam as presenças.Presenças do passado, do presente e futuro que se misturam e se confundem.Umas querem alguma coisa que acreditam lhes pertencer, outras reclamam atenção às suas dores e necessidades e há aquelas que cobram atitudes e sentimentos para que possam vir a existir.Que complexidade é a vida humana!Com tantas vozes e sentimentos diversos e antagônicos reclamando existência, onde buscar apoio e equilíbrio? Bom... Se não for dentro de nós mesmos, onde será?Em outras pessoas que possuem as suas próprias multidões? Não, duvido muito, a maioria ainda se confunde com elas, deixando-as se manifestarem como se elas próprias fossem.Não... Custei a aprender... Essas vozes fazem parte do que sou, mas não são tudo que Sou. É nesse outro tanto de mim que consigo silenciá-las.Daqui posso seguir meu dia... Centrada, equilibrada e em paz comigo mesma.
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