sábado, 29 de novembro de 2008

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Desejos e necessidades...



Soltar as cordas que ainda me mantém presa em idéias e formas...
Dançar como alguém livre nos palcos do espírito...
Tirar o ranço lamacento daquilo que em mim foi colocado...
Fazer com que a mente pare, nem que seja por alguns instantes...
Tecer as linhas de meu caminho com minhas próprias mãos...
Permitir que o vento entre nos corpos carregando consigo tudo que lhe pertença...
Ser espiral como as chamas que me ardem no interno...
Ter raízes que alcancem o centro da terra e braços que sejam tão longos que circundem o universo...
Atravessar as barreiras do caminho sem perder a essência, sendo fluídica e adaptável como a água...





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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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Ando com necessidade da amplidão...

de me perder em espaços infinitos...

subjetivar a forma... alimentar o abstrato...

livre... livre... livre...


(reticências infinitas)


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Criações...

Busco no dia-a-dia dar forma ao que possuo no dentro, fazer da minha vida um reflexo do que me constitui...


Crio minhas cores, construo trilhas, atalhos e caminhos que possam me revelar, que de alguma maneira exponham o que me corre nas veias...


o que faz pulsar o coração...




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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

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Os gritos que grito...

Os gritos de angustia, aqueles que sentem o tempo escorrido entre os dedos e que sabem não mais retornar... os gritos de dor das marcas sofridas pela vida e pelo caminhar, inevitáveis, mas para as quais pouco se está preparado...

Há os gritos que gritam para espantar o tédio, ou a rotina que se torna dilacerante para quem possui o espírito livre e almeja vôos mais longos...

Existem ainda os gritos de alegria, de conquistas e vitórias, aqueles que se dá abraçado em quem se ama...
(nunca vi um grito de vitória que fosse sozinho ou isolado)

Há gritos que ecoam na mente, formando tempestades e turbilhões que retiram da visão o foco esperado... trazendo oscilações aos sentimentos, gestando pensamentos dissonantes que não formam nenhum entendimento...

Os gritos silenciosos e internos dos que aguardam espaço para existência... dos que reclamam por seus corpos, por suas vidas, por seu tempo...

Aos gritos que me habitam...

Reconheço suas importâncias e histórias.
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

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Em busca do centro...
Procuro dar vida a vida, a cada célula de meu corpo, descobrir uma maneira eficaz de interação entre as partes que me compõe, ser tão pequena quanto um grão de areia e tão vasta como o próprio universo...

Procuro os elos que me fazem estar no aqui, do agora que não sei até onde construí ou que me foi construído, sem que perguntassem o que queria ou esperava

Procuro as ressalvas de meus corpos, os breus de meus infinitos, tentando aplacar os tantos de inconsciência que se mantêm presos a ínfimos sentimentos

Procuro as imensidões do meu Ser nas pequenas e rápidas partículas que de tão velozes me fogem do olhar

Procuro quem sabe, a mim mesma, na multiplicidade do que abrigo, no oculto do que oculto, no além do que percebo.
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Quem sabe um dia os corpos deixem de ser apenas físicos...

as mentes deixem de ser mentes elementais/orgânicas e programadas...

e o homem possa ser enfim o que verdadeiramente é...

Divino em si mesmo.

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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

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Reticências de um passado...


Em algum momento falarei de nós, do que vivemos e do que fugimos, talvez a mente, mesmo ao ler continue a duvidar, mas o coração por certo saberá.
As verdades não são minhas, apenas as busco, como a mim mesma, sem medo das retaliações que possam causar... Tudo foi muito maior do que podes aceitar, ainda que não consigas me ferir, entristece-me saber que a fuga e o medo foram os escudos que insististes em usar.


Os grilhões são teus e não meus.


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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

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Construção do Ser


Buscar explicações onde elas não existem
Reter o tempo entre as mãos
Fazer conexões com o impensado
Criar a equilibração no caos
Estabelecer prazos ao infinito
Reajustar as trovoadas tempestivas
Investir na anarquia
Trazer a criatividade do nada
Pintar telas invisíveis
Extrapolar as linhas da racionalidade
Viver o fazer que diferencia
Conviver com múltiplas realidades
Saber-se humano enquanto animal
Ousar...
Ser


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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

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"fazemos nosso tempo, enquanto ele nos desfaz"




O que se desfaz com o tempo? De que tempo estamos falando?

O tempo-espaço é onde existimos fisicamente... esse tempo não é fixo pois, se o fosse, não poderíamos nos deslocar para o passado ou futuro...

No plano do espírito muitos são os tempos e espaços em que habitam... construções/apegos de suas mentes/sensações e ainda assim de vivências/experiências físicas...

Quantos mais seriam os tempos que habitam o interno?

Quantas são as criaturas perdidas nessas linhas imaginárias?

Em que tempo realmente existimos?

Onde estamos ancorados?

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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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Diversificação do foco sem que o equilíbrio seja ameaçado...


Sustentação das múltiplas realidades sem que se dê maior atenção à esta ou aquela...





um objetivo... um desafio...


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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

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Há muito tempo...


Há muito tempo aprendi que as tempestades podem ser nossas melhores amigas, que é necessário que os ventos soprem intensamente retirando a estagnação dos corpos e das mentes...
Há muito tempo entendo que o melhor de nós é justamente aquilo que nos diferencia e nos torna únicos e imortais...
Há muito tempo busco a mim mesma, montando o mosaico do Ser e da existência, incontáveis vidas, tentativas, dores, alegrias, derrotas e vitórias, chegadas e partidas...
Há muito tempo entendo que tudo não passa de uma colcha de retalhos, onde esticamos os emaranhados construídos no passado, de muitas vidas e até mesmo de muitos mundos...
Há muito tempo não me reconheço, não sei quem está e onde está, quem sente, pensa, deseja... múltiplas personalidades coabitando, interagindo nas diferentes dimensões de meus corpos...
Há muito tempo entendo que os corpos existem apenas como meio de manifestação e representam toda a possibilidade de evolução, de construção e de reconhecimento do viver...
Há muito tempo ando por estradas, caminhos e trilhas por meus próprios pés forjadas e muitas foram às vezes em que parceiros de outros mundos me carregaram em seus braços, acenderam lamparinas, marcaram com suas cores as direções do caminho...
Há muito tempo entendo que não há, nem nunca existiu um pódio de chegada, que a vida não é uma corrida maluca em busca de reconhecimento e de status, mas de aprimoramento e construções internas e que a verdade de quem realmente somos fica protegida e velada dos olhos daqueles que nada sabem, mas que pensam de tudo saber...

Há muito tempo aprendi que sou constituída de muitas verdades, de muitos caminhos, de muitos eus, de muitas, múltiplas e simultâneas vidas...

Há muito tempo entendo que Ser não cabe nas palavras e muito menos em livros, que a mente não sabe Ser, que a mente teme o Ser e dele busca se proteger...
Há muito tempo entendo que não pareço coerente e razoável àqueles que nunca me viram e dizer-lhes que podemos ser uma única e mesma realidade talvez não lhes faça sentido algum...
Há muito tempo sei que não importa o tempo, as estações e as luas, o que É não deixa de Ser e Existir pela ignorância e inconsciência...
Há muito tempo aprendi que vastos, vários e incontáveis são os mundos que me habitam e que posso ser do jeito que fores capaz de me olhar e ainda assim, nada altera ou muda o que realmente Sou...
Há muito tempo aprendi que tudo e todos me constituem, mas que ainda assim não são tudo o que Eu Sou...


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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

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Estranha e confusa foi a percepção dEla na tentativa de fragmentar-se nEle. Como pode mudar/alterar tanto sua maneira de ser sem se aperceber? Ela vi-se refletida nas atitudes, estranhas e desconexas com tudo que conhecia de si mesma. Seria Ela aquela criatura? Por que demoraria tanto tempo a emergir? A muito sabia que os sentimentos estavam por demais antagônicos à razão, mas a visão periférica e maior ainda não tinham ocorrido a Ela.

Agora é mais “fácil” a Ela retomar as rédeas que estavam perdidas em um mundo até então desconhecido, e dizer de todo o pulmão:

Não aceito ser menos do que Eu Sou!
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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

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Havia apenas uma sensação/sentimento de algo caindo, quebrando, partindo em pedaços, como um cristal, uma taça... A imagem mostrava-se continua... Caindo... Caindo... Quebrando...
Tentei buscar respostas no dentro...
Espectros se apresentaram... Formas passadas desintegrando-se, formas futuras construindo-se, tudo no tempo presente e ao mesmo tempo... Ainda assim não me parecia ser o que estava sendo quebrado...
Serão esses meus desafios, o que ainda luta no oculto de mim mesma?


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