sexta-feira, 31 de julho de 2009

uma voz na pedra...

Não sei se respondo ou se pergunto. Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio. Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra. Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho. De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante. A minha ebriedade é a da sede e a da chama. Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio. O que eu amo não sei. Amo em total abandono. Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente. Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim. Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido. Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença. Não sou a destruição cega nem a esperança impossível. Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.

António R. Rosa

(Obrigada querida M.)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

candeeiro

As palavras sempre me atravessam. Repetidas vozes insanas que insistem em amar... persistem apesar dos desencontros e esperam a cada novo dia uma mudança, na fria paisagem que a noite teima em abrigar.

Ainda tenho em meu peito um sentimento aos pulos que lança magia em cada um de meus espaços. Um candeeiro intenso e ardente... Já não sei se existo ou resisto no todo que carrego no dentro.

terça-feira, 28 de julho de 2009

distanciamento

É só um pressentimento estendido pelo chão. Uma velha/nova sensação de algo querendo vida... alguém crescendo... Tantos foram os partos que os números perdem-se entre os lençóis. Ao fitar a toalha sobre a mesa - com seus desenhos e formas geométricas - crio um certo distanciamento... as incertezas e dúvidas embrulhadas condensam-se em vontade... uma vontade de ir além... além da complexidade que abrigo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

vivendo entre mundos...

... as vidas que vivi estão tão presentes quanto o presente em que vivo. Tudo se mistura o tempo todo. As linhas divisórias simplesmente inexistem e não há nada que possa fazer, a não ser aprender a criar as pontes... trazer o melhor de mim à vida e manifestação e criar nas sombras que me habitam um tipo de consciência capaz de gerar a libertação.

Sempre foi assim...

as multicores do dentro

Há tanta urgência na realização... e eu sempre aos tropeços. Procuro, quem sabe, uma fórmula para lidar com os medos do dentro, com as marcas mais doídas. Todo o processo de transformação esbarra em alguma ferida do passado, que age como bloqueio, através de medos irracionais, fobias e até mesmo, a negação de quem se é. Esses dias me disseram que vivo olhando para o passado, talvez seja verdade, mas eu ainda não consigo ver as coisas dessa forma. O que sei, é que cada vez que dou um passo à frente, alguma coisa, ainda sem resolução do passado, volta a assombrar... quando vejo, está diante de mim. Assim que desato o tal nó e que tudo se ajeita no dentro, lá vem outra amarra. Será que existe algum tipo de limpeza mais profunda, que remova todas as marcas em uma única vez? Duvido. Também sou constituída dessas marcas, as deformidades que me compõem forjaram, ao longo da existência, exatamente o que Eu Sou. O que assombra no hoje é justamente o que me fortalece no amanhã. Tantas foram às vezes que vivenciei acontecimentos dessa natureza, que já não há como negar a importância. Hoje, no dentro, existe um mosaico multicolorido, construído através das inúmeras conquistas, sobre mim mesma. Ainda assim, há vários espaços em branco, esperando serem preenchidos pelas formas, cores e luzes. Talvez esteja um tanto assustada, diante do tamanho de tudo que “precisa ser levantado”, mas não há outro caminho... a normalidade não é meu objetivo.

domingo, 26 de julho de 2009

novas/velhas construções

Mais um dia fora do tempo... hoje, o primeiro dia de um novo ciclo...


Sinto algo criando forma no dentro, um sentimento que sempre esteve, mas que no decorrer do caminho foi deixado de lado. Muitas vezes esqueço-me de quem sou, ou do que carrego em mim. Dos sonhos, que nunca foram sonhos e sim marcas, situações vividas em um passado distante. Como se pode conhecer certas coisas sem nunca as tê-la vivenciado? Só o passado explica essa falta do que nunca tive. Somente por esses dias dei-me conta do que faltava... das diferenças entre o sentir e o fazer, e isso tudo acontece no dentro, não é fora, nunca foi e eu sempre soube. O presente está trazendo de volta, aos poucos, ainda muito sutilmente, as lembranças e a vontade de tentar, mais uma vez, construir o que pensara ser impossível.


Por certo, eu não seria eu, se não tentasse mais e mais uma vez!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

uma alma irmã

O dia de hoje me é especial. Uma alma que me acompanha a várias e muitas vidas, veio um pouco antes para que pudéssemos nos encontrar mais uma vez. Partilhamos de tudo um pouco... lágrimas entre risos... risos entre lágrimas.

Sempre tivemos uma a outra e sempre nos teremos. Uma amizade que não exige explicações. É natural... é plena... é de outros mundos.

Parabéns meu amor!

Que esse ciclo que se inicia seja o melhor de todos e que possas, como nunca antes - voar alto em todos os sentidos.

Te amo... mais que o infinito.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

um dia musical...

No dia mundial do Rock o melhor - ao menos pra mim - o rock progressivo...

O trio é de peso!

Peter Gabriel - Natalie Merchant - REM.

sábado, 11 de julho de 2009

um (re)começo...


...renovada e abastecida.

Nada como alguns momentos na serra gaúcha.
(apesardofrio!)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

sistema um tanto nervoso...

Não me encontro entre os substantivos e tempos verbais... estou além das palavras, da forma e do entendimento... sem explicações, definições ou qualquer coisa que valha...

...um complexo centro nervoso em franca abstração.

terça-feira, 7 de julho de 2009

ponto de fusão



Hoje... acordei em ebulição.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

jogo de palavras

...digno de cópia!

palavras dedicadas

Como algo tão insignificante e pequeno (que opera em modo invertido) pode causar tanto contentamento, ira e tão tristes palavras. Os seres menores não me causam nenhuma reação ou satisfação com suas agonias... são pequenos demais para merecer tamanha aflição. A re-ação é algo realmente comovente.... revela a crença - um tanto paranóica - de que tudo gira ao redor de si (sinto causar uma dor)... não é.

O reinado é absoluto e solitário quando se preside um deserto.

(pontofinal)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

a criação em meio ao caos...

... situações de uma mente um tanto agitada.


As palavras soltas nas diferentes partes do dentro... geram terremotos, deslocam as placas internas em infinitas possibilidades. O caos criativo... a deformidade da forma... o que não pode ser contido nas paredes do entendimento.. Soltar as amarras... dançar a vida...


Eis o ato mágico criativo...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

as vozes do dentro...

Algo no dentro pede passagem, há muito esquecido, dormente e adoecido. A falta do que se tem é tão insuportável quanto à presença do que nunca se teve. Sempre esteve aqui e eu soube a todo o instante eu soube ser possível. Errando da única maneira que me era permitido fui apagando a chama... esquecendo entre os tropeços.


... a letra morta ainda me fala!